quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Estudante foi vítima de violência sexual dentro da UFBA

Ontem, depois que a aluna A., 21 anos, que cursa o 6º semestre de dança na Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi assaltada e violentada no campus de Ondina, uma onda de revolta tomou alunos, funcionários e professores, Cerca de 400 pessoas reuniram-se para protestar contra a segurança da universidade. Quem apareceu para conversar com os manifestantes foi o vice-reitor Francisco Mesquita. Segundo o Correio da Bahia o diálogo acabou em bate-boca e o clima esquentou. Apesar de ser o primeiro caso de estupro registrado desde 2002,o próprio vice-reitor admitiu a ocorrência da entrada de bandidos e até de traficantes nos campi da UFBA.

Em depoimento à delegada Vânia Matos, a estudante contou que a tortura começou após ser abordada por um homem com uma arma, que pediu dinheiro e o celular. Como não tinha o aparelho e levava apenas 2 reais, o bandido começou a ficar nervoso. Tentando controlar a situação, ela sugeriu levá-lo até uma trilha pela qual ele pudesse fugir. Dois colegas ainda passaram pela moça, mas ela deu a entender que estava tudo bem. Porém, quando estavam no meio do matagal, o homem exigiu que ela tirasse a calcinha e fizesse sexo oral nele, como relatou a Folha Online.

A UFBA gasta cerca de 20% de seu orçamento, segundo o “Correio da Bahia”, com vigilantes, responsáveis por zelar pelo patrimônio mas não pelas pessoas que circulam lá dentro. Já foi sugerida a permanência de PMs dentro da universidade, o que não agradou aos estudantes e professores, como relata a Tribuna da Bahia. Para a comunidade acadêmica, a universidade deveria ter uma guarda própria, idéia desprezada pela reitoria até o momento. Enquanto isso, só neste ano, 74 ocorrências policiais já foram registradas.

Saiba Mais
Existem diversos graus de violência sexual, sendo que o mais grave deles é o estupro (quando há penetração sem o consentimento do parceiro). Outras formas de abuso sexual são denominadas de atentados violentos ao pudor. Todos eles são considerados crimes hediondos, que segundo o art. 224 do Código Penal, caracterizam-se por crimes cometidos mediante violência real.

Outros Casos
Não é a primeira vez que uma estudante é violentada dentro do campus de uma universidade. Porém, casos como esse, costumam ser abafados e não chegam ao conhecimento da sociedade, a não ser por boatos. Um caso que conseguiu ter grande repercussão na mídia foi o da série de ataques à mulheres no campus da Universidade de São Paulo (USP) em 2002. Outros dois casos foram há dois anos atrás, um na própria USP e outra na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, segundo dados da Folha Online.

Entre a vida e a morte – por dentro dos cuidados paliativos

“Paliativo”, do latim, significa manto, também pode ser aquilo que possui a capacidade de acalmar temporariamente algo, como por exemplo, uma dor.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como cuidados paliativos aqueles que procuram atender as necessidades de pacientes terminais. Tais cuidados buscam aliviar dores, dar suporte psicológico, espiritual e familiar.

O que fazer quando é dado o diagnóstico de doença terminal? São poucas opções para o paciente sem chances de cura: ele pode permanecer no hospital e ser reduzido a uma sigla: “RHD” – “Regime Higiene-Dietético” (em outras palavras, “banho e comida”); ou voltar para casa, onde não terá assistência e irá esperar por sua morte.

Não há mais o que fazer pelo paciente. No entanto, alguns médicos apelam para procedimentos invasivos e dolorosos, buscando prolongar a vida a qualquer custo. É nessa hora que os médicos paliativistas podem entrar em ação. Ao invés de prolongar a vida sem qualidade, esses médicos podem garantir ao paciente uma morte sem dor física, com os sintomas da doença controlados e rodeado por aqueles a quem ama. Nem antecipar a morte nem esticar a vida, mas garantir que se viva até o fim com dignidade, essa é a visão do profissional da área.

As primeiras práticas de cuidados paliativos surgiram na década de 60, em Londres, onde a enfermeira Cecily Saunders criou um hospice (do francês, hospedagem, hospitalidade), para cuidar de doentes que não podiam ser curados. Somente em 1990, que a OMS reconheceu e recomendou a prática.

No Brasil, a primeira clínica a oferecer esse tipo de atendimento foi criada em 1983, em Porto Alegre. Hoje, com 31 pontos de atendimento no país (13 no Estado de São Paulo), o Ministério da Saúde prepara-se para publicar uma portaria com diretrizes para esse modelo de assistência.

Os pacientes desses centros vão aumentando a medida que se perde o preconceito, o medo da morte. Ao invés de “tentar tudo”, esses pacientes optam por viver – por dias ou semanas – com qualidade. Nesse meio tempo podem fazer uma viagem adiada a tempos, comer no restaurante preferido, rever filmes ou apenas beijar quem se ama. Diante da impossibilidade de cura, cabe ao médico um papel muito mais complexo: ele deve cuidar. Maria Goretti Salas Maciel, presidente da Academia Brasileira de Cuidados Paliativos, em entrevista à Revista Época, diz: “Olhamos para a pessoa inteira, e não para uma parte do seu corpo. Precisamos entender não só sua situação clínica, mas suas emoções, suas dificuldades. É preciso entender sua história para ajudá-la a viver a vida da melhor forma possível. Na Enfermaria, a morte é um parto do lado avesso: as médicas são parteiras que, em vez de esperar o tempo de nascer, respeitam o tempo de morrer”.

Para atender às múltiplas necessidades desses pacientes, o Ministério da Saúde prevê a criação de mais enfermarias de Cuidados Paliativos nos hospitais. Atualmente, cada enfermaria conta com uma equipe de médicos, psicóloga, enfermeiras, assistente social, fisioterapeuta e, quando o hospital dispõe, um padre. Cada leito é individual e tem duas camas, uma para o paciente e outra para os visitantes. O processo é vantajoso tanto para o paciente quanto para sua família. Nesse meio tempo, a família começa a aceitar a doença e entende que agora, mais do que nunca, o parente precisa de amor e carinho. E o enfermo consegue viver seus últimos dias da melhor maneira possível, ou seja, com dignidade.


Para saber mais sobre o assunto:

Abadia deve ser extraditado em uma semana

O caso Abadía no Brasil parece estar próximo do fim. O secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Junior, pretende extraditar em até uma semana o narco-traficante colombiano para os Estados Unidos.

A decisão favorável a extradição foi tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 13 de março e ontem, 19, após as finalizações de negociação entre o Ministério da Justiça e a Justiça dos Estados Unidos. Os documentos necessários foram encaminhados ao Palácio do Planalto. Agora só falta a assinatura do presidente Lula, para que Juan Carlos Ramírez Abadia seja finalmente extraditado.

Abadia é considerado o maior traficante ativo do mundo desde a morte do barão da droga Pablo Escobar, também colombiano, há 14 anos. O traficante está detido desde 11 de agosto de 2007 em Mato Grosso do Sul, e em abril de 2008 foi julgado pela Justiça brasileira por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção ativa. Abadia foi condenado a 30 anos e 5 meses de prisão e uma multa de R$ 4,32 milhões.

Quando a extradição foi solicitada pelos Estados Unidos, em 18 de outubro de 2007, a Colômbia declarou que caso fosse aceita pelo Brasil não tornaria a fazer um pedido semelhante futuramente.

A extradição consiste na entrega de uma pessoa condenada por, ou suspeita de, infração criminal, a outro país, para que lá seja julgada e condenada segundo as leis daquele país. Para tal operação é necessário que os países possuam acordos entre si. No caso de Brasil e Estados Unidos o pedido de extradição deve ser feito pelo pais requerente em até 60 dias após a informação oficial de prisão de qualquer criminoso.

Dengue na Facamp

A professora de inglês Edna Garbelotti contraiu dengue e afirma ter sido picada pelo mosquito transmissor Aedes aegypti nas dependências da Facamp. Testemunhas afirmam ter visto o mosquito na faculdade. O aluno Thiago Dallaverde garante ter visto três mosquitos em áreas próximas ao bloco do curso de design. O diretor Silvio Rosa afirma que todas as providências são tomadas para que o ambiente não fique propício a proliferação do Aedes aegypti.

O Brasil é um país cujas condições ambientais são favoráveis a propagação do mosquito. Segundo o Ministério da Saúde, apenas entre janeiro e março deste ano foram registrados 120.413 casos de dengue clássica, 647 de febre hemorrágica da dengue e 48 óbitos causados pela doença, a maioria na região Sudeste. Em 2006, entre janeiro e setembro, 279.241 pessoas foram infectadas no Brasil, o que equivale a um caso a cada 30 quilômetros quadrados do território.

Os sintomas da dengue são facilmente confundíveis com os de uma gripe: Dores no corpo, febre e dor de cabeça. Para o combate da doença o melhor remédio é a prevenção, ou seja, evitar o acúmulo de água parada para dificultar a reprodução das larvas do mosquito.